Por Mariana Ribeiro
O coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), Carlos Antonio Rocca, avalia que as medidas de crédito anunciadas hoje pelo governo não focam no curto prazo, mas são positivas para o mercado de capitais. Ele pondera que é preciso esperar o detalhamento do pacote para avaliar com mais precisão o efeito esperado de cada proposta.
“A impressão geral é positiva. Toda medida que melhora as informações, a qualidade da execução de garantias e aumenta a segurança é bem-vinda, vai no sentido de aumentar a oferta de financiamento para as empresas”, diz Rocca. Ele completa que os itens da agenda de inovação regulatória do Banco Central (BC) nos últimos anos já têm caminhado nessa direção.
Ele destaca como positivas, por exemplo, as medidas que estabelecem que a União dará aval para contragarantias a serem pagas por Estados e municípios em parcerias público- privadas (PPPs); que os bancos poderão, mediante autorização do interessado, acessar dados de posse da Receita Federal; e a que estende as debêntures isentas de Imposto de Renda para diversas novas áreas.
O efeito que essas medidas terão depende de vários fatores, como o tempo de implementação e decisões de investimentos das próprias empresas. “Nenhuma delas busca resolver o momento atual de aperto no crédito. Não é uma crítica, é apenas uma constatação.”
Em relação ao curto prazo, Rocca observa que o Banco Central (BC) tem todas as ferramentas necessárias caso julgue necessário atuar no mercado de crédito. “Podem ser necessárias algumas medidas pontuais para mitigar os efeitos da restrição, mas é uma análise que só o BC tem condições de fazer.”