Nota CEMEC 02/2023

Nota CEMEC 02/2023 - O consumo das familias em 2022 foi reforçado com a queda do coeficiente de poupança financeira.
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Sumario

 

A acumulação de poupança financeira das famílias desde o início de 2020, movimento que observado no Brasil e em todo o mundo, tem sido explicado pelos fatores circunstanciais e precaucionais associados à pandemia da COVID 19. Dada a magnitude da poupança acumulada, o controle da pandemia e a superação das restrições de convívio social que reduziram fortemente o consumo de bens e serviços tem gerado a expectativa de que em algum momento, as famílias fizessem uso de parcela da poupança acumulada para reforçar o consumo até para realizar as compras que teriam sido adiadas. O objetivo dessa Nota é verificar em que medida movimentos da poupança financeira tem influenciado o nível de consumo nos últimos dois anos. 
Os dados mostram que, apesar alguma queda do saldo de poupança financeira acumulada¹ no primeiro trimestre de 2022, daí por diante a e até agosto observa-se uma retomada do seu crescimento, tendo atingido R$ 560 bilhões, valor R$ 31 bilhões elevado que o observado em dezembro de 2021, de R$ 529 bilhões. No nível agregado, não há, portanto, indicações da ocorrência de saques do saldo de ativos financeiros para reforçar o consumo em 2022. 
Para dimensionar os impactos das decisões de poupança por parte das famílias sobre seu consumo, foi estimada a evolução da parcela da renda destinada à poupança financeira em cada período. Utilizando as estimativas de renda disponível divulgadas pelo Banco Central e as estimativas do fluxo de poupança das famílias do CEMEC Fipe, ficou evidenciada a ocorrência de dois ciclos distintos no período que vai entre março de 2020 e agosto de 2022. 
No primeiro período, do ano terminado em de março de 2020 até março de 2021, aumenta o coeficiente de poupança em relação à renda, até atingir o nível de 19,3% ,  levando a um crescimento do consumo em ritmo inferior ao que seria de se esperar em relação ao crescimento da renda. No período posterior a março de 2021 e até o período anual terminado em dezembro de e 2022, ocorre o contrário. O coeficiente de poupança cai de 19,3% para 5,1%, fazendo com que o crescimento do consumo tenha sido superior ao que seria de esperar pelo crescimento da renda. Provavelmente essa é uma das razões pelas quais o crescimento do consumo e do PIB em 2022 superou as expectativas de mercado (FOCUS) formuladas desde o inicio do ano.

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